Era uma vez um bandeirante chamado Bartolomeu Bueno da Silva que, entre uma dose e outra de velho barreiro, percebeu que as índias não usavam roupas - o que era bom - mas usavam enfeites de ouro - o que era melhor ainda. Pensem numa índia com piercings de ouro em vários lugares do corpo. Pensaram longe, né?
Bartô percebeu que os índios também eram meio otários e, num desses lances meio xaropes de bêbado, mandou fogo numa cuia com pinga, dizendo pros índios que ia fazer o mesmo com o rio, caso não dissessem qual era o site das minas de ouro. Pelo visto, os índios - além de burros - não possuiam nariz (imagine o bafo de um rio de pinga). Talvez bêbados por algum destilado de mandioca, não notaram a pequena diferença entre água e 51.
Por conta disso, foi apelidado "Anhangüera" (com trema e tudo) - que significa "Diabo Velho" ou "Espírito Maligno". Anhanguera pode também ser definido por: corajoso, audaz, espertalhão, vigarista, político brasileiro, etc. (pesquisem na net).
Bartô ou Anhanguera, como queiram, ficou famoso pelas qualidades acima definidas. Resta o consolo que por mais ouro que tenha granjeado, teve suas propriedades confiscadas e morreu sem glórias (Bem feito!). Foi desprezado pelos portugueses e pelas índias com os melhores piercings. Embrenhado pelas matas, ninguém conseguia contatar o fidumaégua, sequer pra enviar uma intimação judicial. Apesar de que, a tecnologia avançada da época já havia descoberto o uso de cuias furadas e ligadas por um cipó pra servir de telefone. Era o início da INTERCUIAS (depois CIA TELEFÔNICA BRASILEIRA) e o fim do Anhanguera.
Mas, como nessa terra até Michel Teló tem fã, o Anhanguera deixou admiradores e, ninguém entende porquê, vive sendo homenageado em forma de nomes de rodovias, instituições e botecos (Tome uma Belco gelada no Bar do Anhanguera!)
Antes de morrer, Bartô ou Anhanguera, não mais conseguia colocar uma gota de pinga em sua própria cuia.
Por isso, dizem, o espírito de Anhanguera vaga perdido, clamando por sua cuia perdida pela própria incompetência.
Sem saber o que fazer, Anhanguera acaba sempre, colocando na cuia da gente.
E A GENTE TOMA NA CUIA!
texto: paulo moreira
obs - este texto é uma singela homenagem à uma gloriosa universidade, cujo site nós não conseguimos acessar nunca.