sábado, 2 de fevereiro de 2008

Desconstruções

Quando a gente conhece uma pessoa, construímos uma imagem dela. Esta imagem tem a ver com o que ela é de verdade, tem a ver com as nossas expectativas e tem muito a ver com o que ela "vende" de si mesma. É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos.
Se esta pessoa for bem parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se deste amor, mais tarde, não será tão penoso. Restará a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo. No final, sobreviverão as boas lembranças.
Mas se esta pessoa "inventou" um personagem e você caiu na arapuca, aí, somado à dor da separação, virá um processo mais lento e sofrido:
A de desconstrução daquela pessoa que você achou que era real.
Desconstruindo Flávia, desconstruindo Gilson, desconstruindo Marcelo. Milhares de pessoas estão vivendo seus dias aparentemente numa boa, mas por dentro estão desconstruindo ilusões, tudo porque se apaixonaram por uma fraude, não por alguém autêntico.
Ok, é natural que, numa aproximação, a gente "venda" mais nossas qualidades que defeitos. Ninguém vai iniciar uma história dizendo: muito prazer, eu sou arrogante, preguiçoso e cleptomaníaco. Nada disso, é a hora de fazer charme. Mas isso é no começo.
Uma vez o romance engatado, aí as defesas são postas de lado e a gente mostra quem realmente é, nossas gracinhas e nossas imperfeições. Isso se formos honestos. Os desonestos do amor são aqueles que fabricam idéias e atitudes, até que um dia cansam da brincadeira, deixam cair a máscara e o outro fica ali, atônito.
Quem se apaixonou por um falsário, tem que desconstruí-lo para se desapaixonar. É um sufoco. Exige que você reconheça que foi seduzido por uma fantasia, que você é capaz de se deixar confundir, que o seu desejo de amar é mais forte do que sua astúcia.
Significa encarar que alguém por quem você dedicou um sentimento nobre e verdadeiro não chegou a existir, tudo não passou de uma representação – e olha, talvez até não tenha sido por mal, pode ser que esta pessoa nem conheça a si mesma, por isso ela se inventa.
A gente resiste muito a aceitar que alguém que amamos não é, e nem nunca foi, especial. Que sorte quando a gente sabe com quem está lidando: mesmo que venha a desamá-lo um dia, tudo o que foi construído se manterá de pé.

texto: Martha Medeiros

8 comentários:

Anônimo disse...

Amei a musica, amei o texto, e só veio me reforçar o que sempre dei muito valor, a sinceridade e a lealdade.
Uma máscara sempre é tirada um dia, pena as marcas que deixa no outro, ou melhor, em ambos.....
Amei de verdade, adoro tudo aqui...
beijos de uma amiga que adora ti ler

Anônimo disse...

São almas elevadas como a tua que cultivam, cuidam e irradiam o Amor na sua plenitude, para reconfortar todos aqueles, corações enregelados pelo glaciar da existência, frágeis e amedrontados pelos relâmpagos da vida, para quem o Amor desvaneceu-se das suas vidas, e que agora carecidos deles, precisam de achá-lo onde ele se manifesta, em corações carinhosos e mimosos, como o teu. Esse Amor não é carnal, sensual e efêmero, ele é incorpóreo, espiritual e eterno, que brota da nascente do teu coração, na sua expressão mais pura.

beijos

Anônimo disse...

Assino embaixo!!!
Beijinhos

Anônimo disse...

“Há que se ter caos e frenesi no interior para dar a luz a uma estrela dançarina”

beijos

Unknown disse...

Amadinho...
Linda essa Desconstrução, linda a música Minha Alma Cativa ( daria até um bom texto).
Gostei da foto Solidão ( rsss)
Aliás tudo aqui escrito é e está bonito, vc sabe como tocar um coração!!
Bjinhos Suaves♥ da sempre,
Lê....

Unknown disse...

Amadinho...
Voltei rssss...a música é Sangue latino, mas na letra diz "Minha Alma Cativa"....por sinal linda a letra né?
Bjinhos Suaves♥ da sempre,
Lê.

Anônimo disse...

Conta a lenda que, quando Deus liberou o conhecimento da Informática para os homens, determinou que aquele saber iria ficar restrito a um grupo muito pequeno e selecionado.
Mas, nesse pequeno e seleto grupo, cujos membros se achavam semi-deuses, já havia aquele que iria trair as determinações divinas, e aconteceu o pior.
Bill Gates resolveu ganhar muito dinheiro com aquela nova revelação do Alto e todos conhecem o fim da história.
Mas Deus ao expulsar todos do laboratório de análises e pesquisas de software e hardware, lançou as seguintes juras:
A garrafa de café e o mouse serão teus mais assíduos amigos reais.
Terás grandes paixões virtuais, beijando monitores, chorando e suspirando diante da telinha.
Terás sonhos com amores virtuais, lerás e escreverás poemas nos sonhos.

beijos

Anônimo disse...

A permanência de uma pessoa em nossa vida, seja em qualquer esfera de relacionamento, é como uma flor,
frágil e especial.
Se não a cultivarmos com dedicação e carinho,ela murcha e desaparece, mesmo deixando marcado seu perfume.

Por isso sempre venho aqui para deixa meu carinho para você.

beijos